Não sei o
que fazer com o meu amor ao mar. Ninguém entende como lubrifica os olhos olhar
as ondas descerem como desce a calda no sorvete. Se unirem como mãos. Se
resolverem no fim, como nada. Olho o mar e a minha paz impera. Existe sem
porquê. Sai pelos poros em inércia e luz. Pega oxigênio e maresia, solta
suspiros e poesia. Embora não me entregue ao mar ao longe, não reine sobre ele
sobre placas que me deixem em pé, não fure com os braços as ondas respirando
alternadamente do lado direito ou esquerdo, estou em bons termos com sua
existência. Caminhar com ele ao lado é quieto, ver o corte dele no horizonte é
reto. Saber ser ele longínquo, bonito e constante, como a saudade que me filtra
os chakras, é certo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário