domingo, 12 de outubro de 2014

[PALMAS]


Mãos.
Mãos finas que afagam.
Mãos minhas
que mães
do resto do meu corpo.
Dóem quando sem tato,
caem quando não sei.
Mãos simples que francas,
que infantis no regaço
que discretas no cansaço
e no calor.
Mãos que sem amor
não tem porquê.

Mãos irmãs
em que se parecem
Incertas de que se merecem.
Mãos não presas,
mas
tesas no que quero dizer.
Quando dadas,
oferecidas numa entrega,
o são em dobro -
logo
são ímãs do bom
onde as palmas,
assim como as linhas da vida,
não hesitam em ir.


Foto: Maria Hill