terça-feira, 31 de março de 2015

[MAR MAIOR]


Não sei o que fazer com o meu amor ao mar. Ninguém entende como lubrifica os olhos olhar as ondas descerem como desce a calda no sorvete. Se unirem como mãos. Se resolverem no fim, como nada. Olho o mar e a minha paz impera. Existe sem porquê. Sai pelos poros em inércia e luz. Pega oxigênio e maresia, solta suspiros e poesia. Embora não me entregue ao mar ao longe, não reine sobre ele sobre placas que me deixem em pé, não fure com os braços as ondas respirando alternadamente do lado direito ou esquerdo, estou em bons termos com sua existência. Caminhar com ele ao lado é quieto, ver o corte dele no horizonte é reto. Saber ser ele longínquo, bonito e constante, como a saudade que me filtra os chakras, é certo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário